domingo, 30 de outubro de 2011

Agenda cheia para espantar a solidão

Segundas e quartas yoga, terças e quintas inglês e sextas sair com os amigos. Sábados agenda flexível para algo diferente (mas que deve ser preenchida até terça-feira às 18 horas) e domingos almoço com a família.

Pronto, agenda lotada e nenhum tempo para se sentir só. Será?! Às vezes, preenchemos nosso dia com um monte de atividades para não pensarmos em nossas próprias vidas. Mas, estar cercado de pessoas e sempre ocupado não diminui a sensação de vazio que experimentamos quando nos sentimos sós.

As situações são como pensamos que elas sejam, óbvio, não!? Se acharmos que somos sozinhos, nos sentiremos sós, independentemente, de estarmos nesse mundão com mais 6 bilhões de pessoas! Na verdade, somos sozinhos, é um fato. Nascemos sozinhos, comemos sós e morreremos da mesma forma que viemos ao mundo, sem ninguém.


As pessoas que nos acompanham no dia a dia hoje, serão outras no futuro. Iludimo-nos ao achar que ao ter alguém sempre ao nosso lado seremos mais felizes e menos sós. Essa conta não bate. Quanto maior o apego às pessoas que nos cercam, mais solidão.

É um ciclo vicioso, procuramos alguém para não sentir solidão, nos apegamos a esse indivíduo e quando ele se vai, sentimo-nos, novamente, entregues a nós mesmos. E vá lá procurar outro para preencher o vazio. O ciclo só será quebrado, quando aceitarmos a condição de que o homem é, necessariamente, só, apesar de viver em sociedade.

domingo, 23 de outubro de 2011

Complexo de Donzela e outras bobagens sobre o Amor

Vejo no horizonte um lindo rapaz de bastos cabelos dourados cavalgando um cavalo branco e mostrando todos os seus belos dentes brancos para mim! Será um sonho?! Óbvio que sim!


Posto desse jeito esse assunto de “homem-dos-sonhos” parece mesmo muito ridículo, mas ainda há muitas mulheres que acreditam, piamente, nisso. E os meninos também, não duvidem!

E qual a implicação desse tipo de pensamento, o “Complexo de donzela”. Como uma donzela se comporta e pensa? Primeiro, ela nunca deve tomar nenhuma atitude, é sempre o príncipe que deve vir até ela. Segundo, a vida dela só fará sentido quando encontrar o seu príncipe encantado (veja também isso). Terceiro, ela sonha com um casamento e o “... e viveram felizes para sempre”.

Atualmente, há uma supervalorização do amor romântico, como se só isso importasse nas nossas vidas. Vou pontuar algumas coisas que são consequência disso. É bem difícil encontrar músicas que não falem de amor, perda do amor, início do amor e blábláblá. Nas novelas, as personagens vivem em função dos romances. Tudo isso, é o que as pessoas querem para suas próprias vidas.

Isso tudo gera expectativas e ilusões. No mundo real, temos pessoas reais e não existe nem príncipes, nem histórias com finais felizes. Precisamos ser felizes sozinhos, mesmo estando com alguém. Precisamos ser pró-ativos na busca da nossa felicidade e não dá para esperar que o outro tome sempre atitudes para nos fazer felizes.

Percebo também que, por conta dessa supervalorização do amor, as pessoas têm uma necessidade absurda de encontrar alguém para dividir a vida. Daí o sucesso dos sites de relacionamentos, desses para encontrar namorado mesmo. Ficar sozinho é feio, você até pode estar “solteiro, mas sozinho nunca!”.

Isso realmente me incomoda! Não é saudável. O amor romântico é algo lindo, mas é tão importante quanto as outras coisas em nossas vidas.

domingo, 16 de outubro de 2011

Ponha-se no seu lugar!

Nossa! Como sou arrogante! Essa frase é de fato muito arrogante. Imagino a bandida do melodrama mexicano dizendo isso para a pobre mocinha indefesa e apaixonada.
Mas é uma questão de bom conviver na minha opinião. É meio óbvio (mas aqui é tudo muito óbvio mesmo!), mas eu não posso chegar falando qualquer coisa para o meu chefe, nem para minha mãe.
Bom, mas isso ai é muito fácil perceber. O que é realmente difícil é nos darmos conta que estamos passando do limite e, portanto saindo do nosso lugarzinho, em situações mais sutis, como em uma amizade, num namoro ou qualquer outra situação em que não precisamos ser muito formais.
Temos a tendência a achar que dizer a nossa "verdade" sobre os fatos é ser sincero. Não é bem por ai, já disse isso, para mim não existe verdade! Pelo menos não nesse contexto.
Devemos, sim, medir nossas palavras para não ferir desnecessariamente as pessoas. Na nossa arrogância achamos que sabemos o que é melhor para os outros e nos sentimos no direito de invadir o mundo deles. Por isso digo, “Ponha-se no seu lugar” não queira ser psicólogo e analisar todo mundo dando conselhos para tudo.
As relações têm limites e, às vezes, não somos capazes de enxergar com clareza suas nuanças e, invariavelmente, cometemos gafes.
Lembremos, “Cada um no seu quadrado, cada um no seu quadrado...”




domingo, 9 de outubro de 2011

Provar o que, para quem?

Às vezes, nos aproximamos das pessoas por um motivo ou por outro, e depois percebemos que não queremos manter a amizade. Para mim, sempre foi muito difícil romper relações. É como se estivesse virando uma pessoa odiada. Sei lá!

Parece que temos que manter uma boa imagem de nós mesmos, não sei para quem! Qual é o problema em errar? É justamente isso que acontece, às vezes, nos enganamos com as pessoas. Achamos que Fulano é de um jeito, e quando o conhecemos vemos que ele não é bem assim. Não que isso implique em a pessoa ser boa ou ruim, não é um juízo de valor. Apenas existem pessoas com quem convivemos melhor, e outras com as quais não temos muita afinidade.

É como estar ou não em um relacionamento sério. Para as mulheres, estar solteira ou sem um namorado as coloca em uma situação inferior a outras moças que tem “um homem para chamar de seu”. Isso é como se ter alguém testificasse que você é uma pessoa interessante, bonita e agradável. Tanto é que existem pessoas que se desesperam ao ficarem sozinhas. Precisam a todo custo encontrar uma tampa para sua panela!

(https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_1NVTokjHW0zklSrO7u0JES1widOa252or34zLNkKtUU5e_3uti-3iPUQNYgb9vD1GKMleMgQDSzSha7LvsGgxK9p0dFewkZ3yxuQSfWNN5DI1J8tgmXuVw7rTyHHnJG7ipP9S-SijLs/s320/102708.gif)


Saem para a balada, inscrevem-se em sítios de relacionamento na rede, telefonam para bate-papos, essas são algumas das possibilidades para se arranjar um companheiro rapidamente. Claro, que todos esses recursos são bons para os solitários. Porém, tudo isso nos gera uma ansiedade que não tem razão de ser.

Em suma, não precisamos provar nada para ninguém. Agir de maneira assertiva, ao nos afastarmos de alguém ou ficarmos sozinhos por um tempo, pode nos livrar de várias roubadas. Evitando sofrimentos e desgastes desnecessários.

sábado, 1 de outubro de 2011

Quer ser feliz? Pergunte-me como

Infelizmente, não temos uma cartilha com as instruções para viver (já falei sobre isso em Binário). Mas é justamente isso que torna a vida tão interessante e complicada ao mesmo tempo.



                                                     (http://colunistas.ig.com.br/curioso/files/2009/06/cartilha-proenca.gif)


A religião está ai para todos os que quiserem algo pré-fabricado. Claro, existem religiões mais restritivas em que a mulher (sempre a mulher!) não tem direito nenhum, deve ser submissa ao seu homem, e outras que nos permitem mais liberdade de pensamento.

Estamos sempre nos deparando com algum padrão de comportamento, os da religião: casamento, sexo (ou a ausência dele de preferência), certo/errado, bom/mau e outros bem mais sutis.

A roupa que devemos usar, o carro que devemos dirigir, as pessoas com quem devemos manter relações e até o que devemos fazer em um sábado à noite. Todas essas coisas estão implícitas, na propaganda, nas revistas, na novela, nos livros, nos filmes e até mesmo nesse texto que você está lendo agora.

Trocando em miúdos, não podemos aceitar o que os outros falam que é bom como verdade. Aliás, não acredito em verdade (mas isso é tema para outra hora). Não quero com isso dizer que os conselhos dos outros não são bons. Pode até ser, mas antes de mais nada temos que pensar sobre a perspectiva da nossa própria história.

Acho que não há receitas prontas de felicidade (bom, mas se você quiser ler um auto-ajuda, recomendo. Às vezes, trazem coisas úteis). Temos que ser agentes e escrever e reescrever diversas vezes a nossa própria cartilha.